Engenharia Civil
30 de abr. de 2025
Alimentos irradiados são alimentos submetidos a um processo de irradiação ionizante, como raios gama, raios X ou elétrons acelerados, para eliminar microrganismos, parasitas, insetos ou para retardar o amadurecimento e a deterioração. Esse método de conservação é considerado seguro e eficaz por várias organizações de saúde, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FAO (Organização para Alimentos e Agricultura das Nações Unidas).
Segurança alimentar: A irradiação pode eliminar patógenos alimentares perigosos, como Salmonella e Escherichia coli, reduzindo o risco de doenças transmitidas por alimentos.
Conservação: Aumenta a vida útil dos alimentos ao retardar a deterioração e o amadurecimento, o que é especialmente útil para exportações e distribuição a longas distâncias.
Redução de perdas: Pode reduzir o desperdício de alimentos, controlando pragas em grãos e especiarias e prevenindo a germinação de tubérculos, como batatas e cebolas.
Qualidade do produto: Mantém a qualidade nutricional e sensorial dos alimentos, uma vez que a irradiação não utiliza calor, preservando a textura, o sabor e o valor nutricional.
Mito: Alimentos irradiados se tornam radioativos.
Realidade: A irradiação não torna os alimentos radioativos; ela utiliza radiação para eliminar microrganismos sem deixar resíduos.
Mito: A irradiação destrói nutrientes essenciais.
Realidade: A perda de nutrientes em alimentos irradiados é comparável à perda que ocorre em outros métodos de conservação, como pasteurização e congelamento.
Frutas e vegetais: Para retardar a maturação.
Carnes, peixes e frutos do mar: Para eliminar a carga microbiana patogênica.
Grãos e especiarias: Para controlar pragas e insetos.
Batatas e cebolas: Para inibir a germinação.
Alimentos preparados para hospitais e missões espaciais: Devido à necessidade de alta segurança alimentar e vida útil prolongada.
No Brasil, a irradiação de alimentos é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A legislação autoriza o uso da irradiação para uma ampla gama de alimentos, desde que cumpram os critérios de segurança estabelecidos.
Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001: Esta resolução da ANVISA regulamenta o uso de radiações ionizantes em alimentos, estabelecendo os requisitos gerais e específicos para a aplicação da tecnologia. A resolução determina:
Os tipos de alimentos que podem ser irradiados.
As doses máximas permitidas para diferentes tipos de alimentos.
A rotulagem obrigatória dos alimentos irradiados, incluindo a indicação "Alimento Irradiado" e o símbolo internacional da irradiação (Radura).
Instrução Normativa Conjunta ANVISA/MAPA nº 9, de 12 de novembro de 2021: Estabelece os procedimentos de controle e fiscalização dos alimentos irradiados e os requisitos para as instalações que realizam a irradiação. Essa normativa reforça a necessidade de registro e aprovação das instalações irradiadoras e dos procedimentos operacionais, garantindo que sejam seguidos os protocolos de segurança e eficácia.
Portaria SVS/MS nº 40, de 21 de janeiro de 1995: Define os princípios gerais de boas práticas de fabricação para o uso de radiação ionizante na conservação de alimentos, incluindo requisitos para controle de qualidade e proteção radiológica.
Tipos de alimentos permitidos: A legislação brasileira permite a irradiação de diversos tipos de alimentos, incluindo frutas, legumes, cereais, especiarias, carnes, pescados e produtos lácteos, desde que as doses aplicadas sejam seguras e eficazes para o propósito desejado (como descontaminação, controle de pragas ou inibição de germinação).
Doses de irradiação: São estabelecidas doses específicas para cada tipo de alimento, dependendo do objetivo da irradiação. Por exemplo, a dose para inibir a germinação de tubérculos é diferente da dose para esterilização de carnes.
Rotulagem e informação ao consumidor: Todos os alimentos irradiados devem ser rotulados adequadamente para informar o consumidor de que o alimento passou pelo processo de irradiação.
Custo: A instalação e manutenção de equipamentos de irradiação podem ser caras, especialmente para pequenos produtores.
Aceitação do consumidor: Há uma certa resistência devido à falta de informação ou medo de radiação, exigindo campanhas educativas para aumentar a aceitação.
Ao conhecer o processo de irradiação, a principal preocupação dos consumidores é se os alimentos podem se tornar radioativos. No entanto, isso não acontece, pois a radiação utilizada é insuficiente para induzir radioatividade nos alimentos, assim como pessoas que fazem exames de raios X não se tornam radioativas.
Fonte de radiação:
Raios gama: Provenientes de isótopos radioativos como cobalto-60 ou césio-137. Os raios gama possuem alta energia e grande poder de penetração, sendo capazes de atravessar os alimentos e atingir microrganismos em seu interior.
Raios X: Gerados por máquinas de raios X que aceleram elétrons para produzir radiação com grande poder de penetração.
Feixes de elétrons: Usam eletricidade para gerar um feixe de elétrons acelerados que têm menor poder de penetração comparado aos raios gama e raios X, sendo mais adequado para produtos de menor espessura.
Interação com alimentos:
A radiação ionizante penetra no alimento e interage com suas moléculas, especialmente com o DNA de microrganismos, insetos e parasitas, causando danos que impedem sua reprodução e atividade metabólica.
A irradiação também pode quebrar as ligações moleculares em alguns componentes alimentares, retardando processos como a maturação e a germinação, sem afetar significativamente a qualidade nutricional ou sensorial dos alimentos.
Doses de radiação:
As doses de irradiação são geralmente expressas em kGy que significa “quilo Gray”.
Baixas doses (até 1 kGy): Utilizadas para inibir a germinação de tubérculos, desinfestar grãos e especiarias de insetos, ovos e larvas.
Doses moderadas (1 a 10 kGy): Usadas para reduzir a carga microbiana e parasitária em carnes, frutos do mar e vegetais.
Altas doses (>10 kGy): Empregadas para a esterilização completa de alimentos, como refeições prontas para hospitais ou missões espaciais, onde a total eliminação de microrganismos é crucial.
Controle do processo:
Os alimentos são colocados em câmaras de irradiação ou esteiras rolantes que passam pela fonte de radiação. A dose de radiação e o tempo de exposição são rigorosamente controlados para garantir a eficácia do tratamento sem comprometer a segurança ou a qualidade do alimento.
O processo não utiliza calor, preservando a textura, o sabor e o valor nutricional dos alimentos, ao contrário de métodos térmicos convencionais.
A Radura é o símbolo internacional de irradiação de alimentos. Consiste em uma imagem estilizada que combina uma planta dentro de um círculo, simbolizando a natureza e os alimentos, com uma parte superior formada por pétalas ou ondas que representam a radiação. O símbolo é usado para indicar que o alimento foi submetido ao processo de irradiação.
A Radura geralmente é verde e branca, mas também pode ser encontrada em outras cores, dependendo das regulamentações locais e das preferências dos fabricantes.
Este símbolo é obrigatório na rotulagem de alimentos irradiados em muitos países, incluindo o Brasil, para informar os consumidores de que o alimento passou por esse processo.
Se você gostou deste conteúdo, continue acompanhando o Engenharia News no LinkedIn através do link https://www.linkedin.com/company/engenharia-news/ e não perca nenhuma notícia do nosso portal.