Currículo

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Profissionais Reprovam em Processos Seletivos por Falta de Q.E.

Entenda o significado e importância desta sigla para sua vida profissional e aprenda como adquirir essa característica que é a mais pedida pelos selecionadores na atualidade.

Geiza Lobato

4 de jun. de 2024

9 min

Profissionais Reprovam em Processos Seletivos por Falta de Q.E. Photo by:

Q.E: Por que é importante e o que significa?

A Inteligência Emocional, frequentemente abreviada como QE (Quociente Emocional), é a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar nossas próprias emoções, bem como de reconhecer, entender e influenciar as emoções dos outros de forma consciente e estratégica. Em suma, é a habilidade, nata ou adquirida, de lidar com sentimentos de maneira saudável e produtiva, tanto os próprios quanto os das pessoas ao nosso redor. Isso inclui ser capaz de controlar impulsos emocionais, manter a calma sob pressão, demonstrar empatia em qualquer ambiente, comunicar-se de forma eficaz e resolver conflitos de maneira construtiva, passiva e positiva. No ambiente de trabalho, um alto QE pode melhorar a colaboração, a liderança e a capacidade de tomar decisões equilibradas.

Para se ter uma ideia do impacto em termos de avaliação, de acordo com um levantamento realizado pelo PageGroup em 2023, as habilidades mais valorizadas pelos líderes e selecionadores de grandes empresas no Brasil são: trabalho em equipe (47,5%), inteligência emocional (33,8%) e comunicação assertiva (28,8%).

O uso da Inteligência Emocional no ambiente de trabalho é indispensável, pois desempenha um papel crucial na criação de um ambiente harmonioso e produtivo, além de ser considerada a característica mais relevante no cenário atual, que é volátil e competitivo. Colaboradores com alto QE são mais capazes de gerenciar o estresse, adaptar-se a mudanças e resolver conflitos de maneira eficaz, o que resulta em uma equipe mais coesa e resiliente. A técnica de autocontrole e o uso do QE são fundamentais para o sucesso individual e coletivo no local de trabalho, facilitando melhores relações interpessoais e um desempenho superior, podendo abrir portas para oportunidades de trabalho, gerar promoções e fortalecer a reputação de um profissional no mercado de trabalho.

Desvendando Emoções e Conflitos Internos

Imagem: Pessoa em agonia com seus pensamentos e com o coração exposto. Fonte: Pinterest.

Comece identificando suas emoções e dando nomes para cada uma delas. Assim conseguirá entender seus padrões de comportamento e isso te ajudará a regular reações e impulsos ao longo de sua jornada.

Adquira Autoconsciência 


Autoconsciência é a habilidade nata de estar ciente de como você se sente em um dado momento e de como essas emoções podem influenciar suas ações e decisões. Ela envolve um profundo entendimento de si mesmo, incluindo seus pontos fortes, fraquezas, valores e crenças.

Alguns componentes da Autoconsciência:

1 - Reconhecimento Emocional:

  • Identificação das Emoções: Ser capaz de identificar e nomear suas emoções à medida que elas ocorrem. Por exemplo, perceber que você está se sentindo ansioso antes de uma apresentação importante. Ao perceber a ansiedade, você pode iniciar um exercício de respiração, evitar cafeína e realizar alguma ação preventiva para que não tenha algum colapso nervoso.

  • Compreensão dos Gatilhos: Entender o que desencadeia suas emoções e reações. Isso pode incluir situações específicas, pessoas ou eventos que provocam determinadas reações emocionais. Entender quais são seus possíveis gatilhos te ajuda a traçar planos de ação para evitá-los ou para te ajudar a passar por eles com menor dano a sua saúde mental e emocional.


2 - Reflexão Pessoal:

  • Autoanálise: Refletir sobre suas experiências e comportamentos para entender melhor suas reações emocionais. Isso pode envolver a análise de situações passadas para identificar padrões de comportamento. Exemplo: Se ao ser questionado, você tem reações nervosas e de alto impacto a sua saúde, análise em situações passadas quando teve a mesma resposta emocional, entenda quais foram suas atitudes e o que te levou a reagir da mesma forma novamente. 

  • Feedback Interno: Avaliar suas ações e decisões com base em seus valores e objetivos pessoais, e ajustar seu comportamento conforme necessário. Caso suas atitudes e reações não sejam de acordo com o que acredita ser ético e moral, ou não gostaria que reagissem da mesma forma com você. Reavalie seu posicionamento através de movimentos conscientes de mudança

3 - Consciência de Pensamentos e Crenças: 

  • Monitoramento de Pensamentos: Estar ciente dos pensamentos que passam pela sua mente e como eles influenciam suas emoções e comportamentos. Ao identificar um pensamento intrusivo e negativo, redirecione-o para algo que lhe motive e lhe traga esperança.

  • Desafiar Crenças: Questionar crenças limitantes ou negativas que podem afetar sua autoestima e confiança. Crenças limitantes são pensamentos ou convicções que restringem o potencial de uma pessoa, impedindo ela de alcançar seus objetivos ou de se desenvolver. No ambiente de trabalho essas crenças podem ser particularmente prejudiciais, pois podem afetar sua confiança, a produtividade e as oportunidades de crescimento. Exemplo: "Eu não sou bom o suficiente para essa posição."

4 - Consciência Corporal:

  • Sensações Físicas: Reconhecer as sensações físicas associadas às suas emoções fortes, como tensão muscular, batimentos cardíacos acelerados, sudorese, tremores ou respiração superficial. Ao identificar que seu corpo está respondendo estranhamente há um estímulo emocional, soe um alarme mental de que precisa desapressar seus pensamentos e aliviar a tensão urgentemente.  

  • Respostas Corporais: Entender como seu corpo reage a diferentes emoções e usar essa informação para gerenciar melhor suas respostas emocionais. Treinar frente a espelhos, fazer teatro e até mesmo fazer algum curso voltado ao autoconhecimento, pode te ajudar a entender seu corpo e suas nuances quando está sob pressão.


5 - Autorregulação

Gerencie emoções: Autorregulação é a capacidade de gerenciar e controlar suas próprias emoções, comportamentos e impulsos de maneira consciente e deliberada. Envolve a habilidade de manter a calma sob pressão, ajustar suas reações emocionais de acordo com a situação e agir de maneira consistente com seus valores e objetivos. No contexto profissional, a autorregulação é crucial para manter a produtividade, a eficiência e a harmonia no local de trabalho. Ela permite que você responda de forma adequada a diferentes circunstâncias, em vez de reagir impulsivamente, ajuda a evitar conflitos, a tomar decisões mais ponderadas e a manter um comportamento profissional, mesmo em situações de estresse ou frustração. Profissionais que praticam a autorregulação são mais capazes de lidar com desafios, adaptar-se a mudanças e manter relacionamentos saudáveis com colegas e superiores.



Uso de Q.E na Gestão de Conflitos Externos 


O uso do Q.E. é essencial na gestão de conflitos externos, pois permite abordar situações tensas com empatia, compreensão e acima de tudo, calma.

Quando enfrentamos um conflito com clientes, fornecedores, colegas de trabalho ou parceiros, a capacidade de reconhecer e controlar nossas próprias emoções nos ajuda a evitar reações impulsivas que podem agravar a situação. Além disso, ao entender e validar as emoções das outras partes envolvidas, podemos construir pontes de comunicação mais eficazes e encontrar soluções mutuamente benéficas com uma espécie de negociação pacífica entre as partes. 

A empatia nos permite ver a perspectiva do outro, facilitando essas negociações e resoluções que atendam às necessidades de todos. A inteligência emocional pode ainda transformar conflitos em oportunidades de fortalecimento de relações e de construção de confiança, promovendo um ambiente de cooperação e maior respeito mútuo.



Um exemplo prático de como um profissional pode solucionar um problema no trabalho usando Q.E. pode ser observado em uma situação de desentendimento entre colegas de equipe durante a execução de um projeto.

Imagine que dois membros de uma equipe desse projeto estão em desacordo sobre a abordagem a ser adotada para uma demanda importante, resultando em tensão e atrasos ao longo da execução e planejamento.

Um profissional com alta inteligência emocional pode intervir de maneira eficaz, primeiro ouvindo atentamente as preocupações e sentimentos de cada parte envolvida, demonstrando empatia e compreensão. Em vez de tomar partido ou impor uma solução, o líder facilita uma discussão aberta, incentivando cada um a expressar suas perspectivas e a ouvir ativamente o outro. 

Utilizando habilidades de autorregulação, o líder com Q.E por exemplo, mantém a calma e a objetividade, ajudando a equipe a focar nos objetivos comuns e a encontrar um terreno comum. 

Ao promover um ambiente de respeito e colaboração, o líder não só resolve o conflito imediato, mas também fortalece a coesão e a confiança dentro da equipe, resultando em um desempenho mais harmonioso e eficiente no futuro.


Como adquirir Q.E na prática?

  • Diagnóstico de Problema e Preocupação: Separe em sua mente o que é uma preocupação do que é um problema real. É comum se desesperar em meio ao estresse do dia a dia e buscar resolver tudo o que lhe parece ser um problema, mas ao separar o que de fato já é um problema de o que é somente uma preocupação no momento, te ajudará a priorizar tomadas de decisões e a encontrar maior equilíbrio emocional para lidar com todas as questões que possam surgir. 



  • Busque a Autoconsciência: adquira a capacidade de reconhecer e entender suas próprias emoções, bem como o impacto que elas têm em seu comportamento e desempenho. Você pode treinar o reconhecimento de emoções e sentimentos através de um exercício simples com um diário onde você registra suas emoções diárias e os eventos que as desencadearam. De tempos em tempos, leia suas anotações para estudar comportamentos que são repetitivos e quais as possíveis motivações para eles acontecerem. Isso te dará autoconhecimento que é a chave para o autocontrole, afinal, é impossível controlar o que você não conhece..

  • Terapia: parece uma dica óbvia quando se trata de saúde e equilíbrio emocional, mas este quesito ainda é muito negligenciado no meio profissional e muitos tendem a procurar a ajuda de um profissional apenas quando a situação já está extrema. Mas buscar terapia de forma preventiva te ajuda a ter ciência e apoio de como lidar com gatilhos, dificuldades da rotina e a estabelecer relações de trabalho mais saudáveis.


  • Livros de autoajuda como por exemplo:

Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso - Carol S. Dweck;

Trabalhando com Inteligência Emocional - Daniel Goleman;

Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos -  Nassim Nicholas Taleb;

  • Meditação: Medite ao menos 10 min ao dia, aprenda a dominar sua mente silenciando pensamentos negativos e reforçando o que te motiva, isso irá te ajudar em momentos de caos no ambiente ao seu entorno;


  • Tenha hábitos saudáveis: Dormir bem, se alimentar de forma saudável, praticar exercícios, se expor ao sol e beber água ajudam a regular o seu humor. Ter entendimento sobre os hormônios que compõem o bom-humor também pode te ajudar a controlar seus impulsos e sistema nervoso, como por exemplo se comendo mais alimentos que possuem algum nutriente, compostos e vitaminas que estimulam a produção de dopamina, serotonina e endorfina, conhecidos como os hormônios da felicidade e bem-estar. 


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